O encadeamento de ásanas e mudrás

A execução encadeada de ásanas é uma característica muito forte dentro da linhagem de Yoga Tantra-Sámkhya. Os ásanas, posições corporais do Yoga, são feitos sem pausas, cortes ou interrupções, mantendo a fluidez da prática de forma harmoniosa, rica em movimentos, beleza e força.
Uma posição se transforma na próxima, os movimentos lentos e conscientes acontecem vinculados a respiração: sempre que estiverem sendo feitos para cima são acompanhados de inspiração, quando para baixo feitos com exalação.
Durante a permanência na posição a respiração pode ser livre, desde que consciente; ou estar obedecendo a um mátra (unidade de tempo utilizada para contar a duração de cada fase do ciclo respiratório - inspiração, retenção do ar nos pulmões, expiração e permanência com os pulmões vazios). Com o mátra certo, você potencializa o ásana em força, alongamento, flexibilidade ou equilíbrio, por exemplo. O tempo de permanência em cada posição é determinado pelo conforto e bem estar do praticante durante o sádhana (prática) e para apresentações de performances de um a três segun
dos.Independente do tempo de permanência, quando for preciso sair daquela posição para passar a próxima é que o vinyása (encadeamento) acontece. Além do movimento do corpo estar sendo sincronizado com a respiração, as mão devem estar sempre expressando mudrás (gestos do hinduísmo) que atuam por associação neurológica e condicionamento reflexológico, trazendo a prática muito mais consciência corporal, concentração, beleza e bháva, sentimento profundo.
O encadeamento de ásanas é aplicado em sala de aula, e também muito utilizado para a criação de performances para demonstração a público em festas, eventos, teatros, espetáculos, além de performances de rua. Em sua performance, o Yogin deve transmitir seus sentimentos, seu bháva, seu sankalpa (intenção pessoal), através da dinâmica de seus movimentos, da música, das posições e gestos selecionados, da expressão de sua linguagem corporal, facial, além de poder interpretar mitos e poesias.



Rosália Wayhs
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